Carlos Pinto Coelho
Campeão do politicamente correcto, correia de transmissão da pedinchice "cultural", foi um prazer ouvi-lo hoje de manhã na TSF, no "Directo ao Assunto", desmontar com perguntas certeiras os maus argumentos de agricultores, autarcas e outras figuras alentejanas, que em nome da seca, do gado a morrer, da "interioridade", da "desertificação humana", da "solidariedade", exigiam dinheiro e mais dinheiro, subsídios a fundo perdido, apoios do estado, de Bruxelas. Esta gente, cujo objectivo de vida é tornar-se funcionário público de um estado que se torne efectivo dono das suas terras, embora apenas naquilo que lhes convém, insurgia-se simultaneamente contra as reservas agrícola e ecológica nacionais, por lhes limitarem os direitos de propriedade.
Esta gritaria dos agricultores não é diferente da que quase todos os portugueses se foram habituando a fazer, na tentativa de garantir a maior fatia possível do bolo do orçamento. Novidade foi mesmo haver nos média quem fizesse o seu papel, quem fizesse as perguntas certas, quem ajudasse a desmontar uma retórica oca, um edifício argumentativo tão frágil como um castelo de cartas. Carlos Pinto Coelho está, hoje, de parabéns.
O "Directo ao Assunto" de hoje estará em breve disponível, espero, nos arquivos da TSF.
por Manuel Menezes de Sequeira @ 3/06/2005 12:04:00 da tarde
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