A herança Champalimaud
Tenho seguido de forma intermitente as notícias sobre o leilão da colecção privada do falecido António Champalimaud. Os jornais nunca referem nomes mas nota-se que a venda das peças provocou alguma urticária. Presumo que fossem frequentadores habituais da residência do Sr. Champalimaud e tenham pena de não as poderem voltar a apreciar. De outra forma não vislumbro razão para tal desconforto.
No seguimento desta saga, informa o Diário de Notícias de hoje que, o Presidente do Instituto Português de Museus afirma que tudo se passou dentro da legalidade. Afinal a ex-ministra da Cultura, Maria João Bustorff, até autorizou [!!] a exportação das peças.
Confesso a minha estupefacção. Pensava eu que pelo facto do Sr. Champalimaud ter adquirido as obras de arte, podia delas dispor da forma que entendesse. Afinal estava enganado. O estado português arroga-se, pelos menos, o direito de autorizar ou não a sua venda a estrangeiros. Presumo que não se trate de xenofobia. Configura no entanto,e sem margem para duvidas, um caso flagrante de violação dos direitos de propriedade.
por Miguel Noronha @ 3/17/2005 06:29:00 da tarde
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