Escolhas difíceis (II)
Não me parece também correcto misturar estas três situações. Por coincidência (ou não, para quem não acreditar nelas...), vi hoje o Million Dollar Baby e creio que nada no filme permite invocá-lo em suporte de uma afirmação como esta: "A morte a pedido integra o núcleo duro do princípio da dignidade da vida de cada indivíduo e é um direito intrinsecamente liberal.".
Posso estar enganado, mas conhecendo alguma coisa da obra de Clint Eastwood, parece-me que Million Dollar Baby tem muito mais a ver com as escolhas trágicas (no sentido próprio do termo) que é por vezes preciso fazer no contexto de dilemas éticos, do que propriamente com um exercício de propaganda para a legalização da eutanásia.
Quanto à questão da legalização da eutanásia propriamente dita (que, repito, não me parece ser o tema do filme), tenho muitas dúvidas mas desconfio de linhas argumentativas que remetem para o império absoluto da vontade humana.
por André Azevedo Alves @ 3/21/2005 10:42:00 da tarde
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