A França entra em acção...
Chirac propõe-se a colocar 2000 soldados franceses no Líbano. Finalmente a França decidiu assumir responsabilidades de que andava a fugir, apesar de ter sido uma das principais obreiras da resolução que permitiu o cessar-fogo.
Todo o processo de constituição da força de paz da ONU para o Líbano tem sido lamentável (por este andar nem no próximo ano terão lá 15000 homens), e os chefes militares da França e Itália têm bem consciência disso: um mandato pouco definido, regras de contacto por definir (será que terão que pedir autorização a Nova Iorque para ripostar?) , desarmamento do Hezbollah sabe-se lá como, etc., etc.
Está preparado um guião (ou será antes uma receita?) para o desastre. Espero enganar-me, mas acho que não.
Neste contexto, não penso que seja avisado Portugal enviar tropas para o Líbano. Em primeiro lugar, com ou sem tropas da Finul, penso que o Hezbollah e Israel já estão a pensar num segundo round. Segundo, se Portugal enviar para lá tropas, vai ter as retirar de algum lado. Provavelmente não teremos capacidade de manter as missões que temos e projectarmos mais uma força para o Líbano. A retirarmos de algum sítio que seja do Kosovo pois estamos lá a alimentar a secessão de um província de um estado soberano, ajudámos numa limpeza étnica - já quase não há sérvios e ciganos no Kosovo -, e, provavelmente, estamos a ajudar a criar um estado fundamentalista islâmico nos Balcãs. Mas como quem começou essa guerra foi o Bill (não o George), está tudo bem... Por fim, a ONU tem que definir melhor as competências e funções das forças e dar uma larga autonomia ao seu comando. Se isso não acontecer, se o comando da Finul tiver que estar sempre a pedir instruções aos burocratas da ONU, a sua eficácia será igual a zero, tanto faz terem 2000, como 20000 homens.
por Rui Oliveira @ 8/24/2006 08:12:00 da tarde
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