31.7.06

A opção de não "tomar partido"

Vejo contudo dois problemas nesta ideia, ambos derivados da formulação incompleta por ela apresentada:

Em primeiro lugar, ela ignora a opção de não "tomar partido". Elementos neutrais nos conflitos são necessários e muitas vezes essenciais para a sua resolução. Se toda a gente se colocásse atrás das barricadas todos os conflitos eram globais. Não existindo uma necessidade premente, de vida ou morte, de fazer a dita escolha, corre-se o risco de resvalar para um simples warmonger.

Em segundo lugar, a escolha, por mais evidente que seja, não exime quem a faz de manter o sentido crítico por forma a não aceitar todas as acções do "seu lado" at face value, nem de assumir tudo de mau relativamente ao outro lado. A desumanização do adversário pode ser comum entre os combatentes como forma de eliminar a dissonância cognitiva, mas não deveria ter lugar na apreciação e julgamento morais de quem não está directamente envolvido.