Post intimista num saco de gatos
O estado da educação em Portugal não é coisa que me tire o sono. Mais coisa, menos coisa não me parece diferente em lado nenhum. Os países ou sistemas que conseguem melhores resultados nos testes internacionais fazem-no (a ser verdade a selecção de turmas por exemplo na Finlândia) pela elitização do ensino, o que acho muito bem. Os resultados dos americanos na matemática não são muito melhores que os portugueses e “ó p’ra eles todos lampeiros” na tecnologia. Acresce ainda, que lendo publicações de uma série de outros países europeus e/ou ocidentais, todos se queixam do mesmo. Seja na educação, seja na fuga fiscal, seja na corrupção, o assunto é indiferente: estamos aqui, estamos na Idade da Pedra.###
No que directamente me respeita e à minha família, que é o único agregado humano que me interessa, estou-me perfeitamente nas tintas para as reformas, as iniciativas e os planos do Ministério da Educação. A ingenuidade de pensar que o estado há-de resolver alguma coisa, ou criar a sociedade mais humana, solidária e educada perdi-a há tempo suficiente. Sendo pai, entendo que o papel principal na educação do meu descendente é meu. Não preciso que a escola lhe transmita valores, que o ensine a comer com um talher ou a apertar os sapatos. Basta-me que lhe vão dizendo “umas coisas” sobre a biologia, matemática, línguas, etc. No fundo que a escola sirva de guia e de preferência que não lhe ensinem História, pelo menos, enquanto a interpretação da Lei das Sesmarias não mudar. Do resto, trato eu em casa. Sei que nem todas as crianças têm quem os possa educar em casa. Sobre isso e como diria alguém: “tough shit!.” Pago impostos consumidos pela escola pública mais a propina de um colégio, portanto, pago a educação do resultado da irresponsabilidade de outrém, logo, não me seja pedido mais. Fá-lo-ei se quiser, se me apetecer, se achar indicado e se puder. Não é um problema meu e a escola não é um caixote onde se despejem os filhos enquanto não podemos tratar deles. Mais, hei-de morrer achando que uma criança quando nasce, não tem RI-GO-RO-SA-MEN-TE nenhuma obrigação perante os pais. Zerinho. Não pediu para nascer e as obrigações que adquire ao longo da vida estão directamente dependentes do amor, carinho e dedicação que recebe, cujo resultado costuma ser certo. Pai é quem cria, não é quem tem um orgasmo precoce na hora certa.
Pode parecer deslocado, mas isto vem a propósito da avaliação dos professores pelos pais. É um não-problema. Tenho reuniões no mínimo mensais com a directora de turma da cria cá de casa. Sabendo o que ele sabe, sabendo o que pensa a sra e sabendo os resultados escolares, declaro-me incompetente para avaliar os professores dele. Não tenho termo de comparação, nem faço ideia do que é suposto (pelo Ministério da Educação) que ele saiba. Eu sei o que quero que ele saiba e ele também. Chega-me.
por Helder Ferreira @ 6/02/2006 11:34:00 da tarde
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