28.6.06

Para acabar de vez com o fumo

Vou, com este post, terminar com os meus comentários aos comentários sobre o texto "O que é seu, é nosso". Agradeço a todos os que contribuiram para a discussão, mas penso que já tornei clara a minha posição (obviamente, as caixas de comentários continuam à vossa disposição). Lamento apenas que o segundo exemplo usado não tenha suscitado tanto interesse como a legislação proibicionista. Para mim, tão grave ou pior é a criação de um novo suposto direito a ser exercido sobre propriedade privada alheia em condições desfavoráveis aos proprietários - falo do "direito de compra" instituido no âmbito da nova lei de arrendamento. Não tendo conhecimentos de direito constitucional, não deixo de me interrogar como a CRP o enquadrará, mesmo tendo em conta o seu pendor socialista.


Para terminar, uma história.
Li, não lembro onde nem quando, por isso não me peçam a fonte, que algures nos EUA (apesar de tudo, terra de tradições proibicionistas) o dono de um bar se deparou com um problema. Dada a lei que proíbia o fumo no seu estabelecimento, a clientela tinha diminuido. Em causa, além dos seus rendimentos, ficaram também os postos de trabalho dos seus empregados. Como se sabe, um dos argumentos para aprovar esta legislação (aparece em todos os países) é a protecção da saúde dos empregados de bares, restaurantes e outros espaços onde se costume (costumava?) fumar. Tal estava perfeitamente descrito na lei. Mas nada dizia sobre a protecção aos patrões (os sacanas dos capitalistas que só querem é lucros). E isso deu uma ideia ao "bar owner": em acordo com os seus empregados, cedeu a cada um deles uma quota simbólica no estabelecimento. Todos se tornaram patrões e como o bar deixou de ter empregados, voltou a estar autorizado a que se fumasse no seu interior.
Um pequeno triunfo do capitalismo.