Condicionalismo moral e escolha I
O JLP, no Small-Brother, faz uma crítica ao Objectivismo, à ideia de que este pode fornecer o suporte ético ao Liberalismo e explica porquê. Se percebi bem, o JLP atribui conceitos e definições ao Objectivismo que este não defende.
Uma concepção que se limite ao âmbito político-económico cria um problema de escolha. Se os homens são seres volitivos e se é isso que os distingue dos animais, alguma coisa tem que obrigatoriamente enquadrar as escolhas que fazem. Por mais voltas que se dê, o próprio conceito de escolha implica a existência da razão. Instintos, emoções ou sensações por si só, não permitem escolher, porque também não nos dão a percepção da realidade.
Sendo assim faz todo o sentido que defenda a razão como mecanismo de escolha dos meios. Porque não há outro. Ao defender a Liberdade como um valor, o JLP está automaticamente a apoiar-se num código moral escolhido. Não chegou a essa conclusão por instinto ou por qualquer misticismo. E se a defende, é porque entende que há alguma coisa que ela lhe permite fazer para chegar onde quer. Ou ficamos pela Liberdade, assim sem mais? Mesmo o Liberalismo, é um fim em si mesmo?
O juízo moral objectivista não tem que ver com metas nem quer orientar para nenhum paradigma, o que discute são os meios, não é o objectivo. O Liberalismo pode ir parar onde cada um quiser (supondo que o objectivo é a sua própria felicidade), no respeito por pelo menos dois princípios básicos:
A inviolabilidade da vida humana;I swear by my life and my love of it that I will never live for the sake of another man, nor ask another man to live for mine
. Atlas Shrugged, Ayn Rand
Sem isto, não há Liberdade que nos valha.
por Helder Ferreira @ 6/07/2006 12:37:00 da tarde
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