A (semi-)liberalização das farmácias (IV)
Ganhos e Perdas, por JCD.
Que chateados que eles devem estar, por João Miranda.
Três comentários:
1- É provável que as médias de entrada nas faculdades de farmácia caiam em resultado desta liberalização parcial mas ficaria surpreendido se a queda fosse "a pique", já que continua a haver um privilégio significativo associado à detenção das licenciaturas em causa. Isto para além de as médias elevadas serem também provavelmente o resultado, em parte, de haver uma relativa escassez na oferta de cursos na área independentemente dos privilégios que existiam e dos que continuam a existir.
2- Temo que o JCD esteja a ser demasiado optimista quando prevê a concretização da abertura livre de novas farmácias dentro de alguns anos. É possível que a liberalização da abertura de farmácias aconteça mas certamente não ocorrerá sem uma forte resistência do sector a qual, para além de requerer uma forte vontade política reformista para ser ultrapassada, provavelmente acabará por originar, na melhor das hipóteses, uma transição gradual para um mercado concorrencial apenas a médio prazo. Em todo o caso, mesmo este cenário menos optimista do que o do JCD já não seria nada mau (para além de facilitar a aceitação da liberalização por parte de quem vem investindo em farmácias com base na expectativa de extrair rendas derivadas das restrições administrativas à entrada no sector).
3- Por último, será interessante ver qual o papel (if any...) que a Autoridade da Concorrência assumirá neste processo ao longo dos próximos tempos.
por André Azevedo Alves @ 5/27/2006 08:38:00 da tarde
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