Egotismos
Os estudantes franceses parecem não saber pensar noutros termos que não os direitos que julgam assistir-lhes. Nada tem consequências, tudo pode ser resolvido com boa consciência e slogans vazios de sentido. Desde direito a serem contratados mesmo que quem contrata não o queira fazer, até ao direito à não discriminação em função da idade, ao direito a fazerem o que lhes der na bolha independentemente do atropelo dos direitos que assistem a outros, tudo parece válido.
1 - Numa situação em que o desemprego entre os jovens é brutal, os futuros empregados, e pior, os pais destes, sindicatos e oportunistas vários querem condená-los à falta de oportunidades. Entendo os estudantes, ignorantes que são das noções mais básicas da economia e da vida profissional. Entendo os sindicatos, que como de costume, cavalgam ondas de descontentamento para manter as migalhas de poder que lhes restam. Entendo os partidos que se opõem, a política hoje na Europa escreve-se com “p” minúsculo e não passa de pequena táctica, esquecida que estão a estratégia e as ideias. Não entendo os pais. Nem quero. É demasiado egoísmo (egotism) e não merecem a graça que lhes foi entregue pela biologia.
2 - Os “patrons” também são gente, também têm direitos. Desde logo o direito a conduzirem os seus negócios e empresas como entenderem, dentro da lei. Ou do "direito a um emprego" decorre a obrigação de contratar mesmo que não se queira?
3 - As leis podem criar a igualdade de direitos entre os trabalhadores inexperientes e os outros, mais velhos, mas não pode torná-los igualmente produtivos . Não pode eliminar as diferenças da experiência e de currículo. Não pode impedir quem contrata de minimizar riscos.
4 - Sobre este assunto, no Diário Económico de hoje, diz-se, (por outras palavras) que em Portugal há um conluio – "atitude de compreensão" - entre trabalhadores e empregadores para que não se cumpra a Lei. Para que serve então a m***a da Lei?
As empresas de trabalho temporário nascem como cogumelos e são rentáveis. Porquê?
5 - Os estudantes Americanos, Indianos, Brasileiros, Suíços ou Chineses, não estão concerteza preocupados com a revolta dos franceses. Aliás, com o CPE e a negação evidente dos beneficiados, abre-se uma oportunidade (mais uma) para os jovens portugueses que não tenham medo de tentar provar o que valem. Vá de ter aulas de francês.
por Helder Ferreira @ 3/21/2006 11:03:00 da tarde
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