24.2.06

O totalitarismo implícito nas causas "fracturantes"

Assim, o Bloco inclui as seguintes propostas no seu programa para a legislatura:

1.Apresentação de uma Lei Anti-Homofobia, à semelhança de legislação anti-racista, pela especificidade do tema, decorrendo da alteração já concretizada do Artº 13º da Constituição;


Continuamos assim, no seguimento deste post, a aguardar que Daniel Oliveira condene os propósitos bloquistas e defenda também inequivocamente a alteração do n.º 4 do Artigo 46º da Constituição da República Portuguesa.

Fica cada vez mais evidente para quem saiba ler que Daniel Oliveira é um bluff. Um bluff perigoso, porque associado à promoção demagógica de uma cartilha radical de extrema esquerda, mas um bluff. E não passa disso.

O facto de a promoção da cartilha bloquista assentar precisamente em campanhas de desinformação e show-off mediático não deve no entanto levar-nos a ignorá-lo (e neste aspecto discordo de quem me tem ao longo dos últimos tempos manifestado a convicção de que dou demasiada atenção aos extremistas do BE). No contexto actual, a ameaça totalitarista mais perigosa é precisamente a que se esconde sob o disfarce das causas "fracturantes" e do politicamente correcto. A direita e a esquerda moderada que persistem em ignorar esta ameaça (e por vezes até a alimentam - seja por receio de a enfrentar ou por medo de não parecerem suficientemente "progressistas) arriscam-se a estar a lançar as sementes da sua própria destruição.

A avaliar pelos resultados das últimas presidenciais, há sinais de que o balão bloquista pode estar a esvaziar, mas ainda assim o peso actual do BE continua a ser preocupante. Aliás, deverá ser sempre motivo de preocupação que um partido de extrema esquerda radical como o BE tenha representação parlamentar numa democracia liberal.