5.2.06

Mitos Climáticos (II)

A propósito do furacão «Katrina» que devastou Nova Orleães (EUA) no ano passado, ficou no ar a hipótese de que as mudanças radicais no clima global levariam ao aparecimento de mais catástrofes naturais. Mas o problema, aqui, é dos registos destes fenómeno, como explica João Gonçalves, especialista em Ecologia Marinha, da Universidade dos Açores: «As observações humanas directas sobre este fenómeno resumem-se a um período de dois séculos», o que significa muito tempo para a memória humana e pouco para a escala geológica. Ou seja, podemos fazer previsões dramáticas. Ou não: «Ficamos sempre com o sintoma da garrafa de líquido a meio: paa uns está meio vazia e para outros meio cheia».

O debate tem suscitado diversas paixões. As hipóteses do climatologista francês Marcel Leroux, segundo o qual as mudanças climáticas têm a ver com a natureza, porque resultam da própria dinâmica da atmosfera, motivaram até, entre nós, o aparecimento do blogue «Mitos Climáticos» em que o engenheiro electrotécnico Rui Moura se dedica a desmontar o que considera o «erro colossal» da teoria vigente.

O que permanece para a Ciência, no entanto, é a emergência de Quioto. E a dúvida dos especialistas.
Infelizmente, não tem havido suficiente discussão racional sobre o tema. Apreciei, por isso, o tratamento jornalístico de Ricardo Nabais ao ir além das "previsões" elaboradas pelo projecto "SIAM II- Alterações Climáticas em Portugal, Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação" das quais resultaram projecções "para o período 2070-2099"...

Nota: oportunamente, o blog Mitos Climáticos foi destaque insurgente na semana passada.