Um problema de liberdade
Ontem, no programa ‘Prós e Contras’ falou-se da Segurança Social. Miguel Portas explicou que o já se esperava. Todos devem contribuir para o sistema público de segurança social, independentemente de dele receberem algum benefício, porque só assim, os pobres terão apoios do Estado e uma reforma digna. Tudo bem. Existem apenas três problemas. Um que foi mencionado por Pacheco Pereira e outros dois que não. Comecemos pelo primeiro: A segurança social dos pobres pode ser paga por impostos. Ao invés de se obrigar (e enganar) toda a população pagar caro por um sistema que nunca a vai beneficiar, seria preferível que todos pagassem menos por um serviço de safety net de que apenas alguns beneficiariam. Por que razão esta solução não colhe no discurso de Miguel Portas? A resposta leva-nos ao segundo problema: Não colhe porque o Estado, sem o monopólio da segurança social, perde poder. Imaginemos que a maioria dos leitores deixa de descontar para o Estado e deposita as suas poupanças futuras em instituições privadas. Numa perspectiva estatal esta possibilidade é aterradora. O que nos leva ao terceiro problema: A liberdade. No discurso de Miguel Portas, não há mínima hipótese de os cidadãos escolherem livremente o seu futuro. O dilema da Segurança Social em Portugal é um problema de liberdade. É a este nível que a questão deve ser posta.
por André Abrantes Amaral @ 1/03/2006 11:23:00 da manhã
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