Ralf Dahrendorf em entrevista
A ler, a entrevista de Ralf Dahrendorf ao jornal Die Welt. O "Barão de Clare Market" fala também sobre Angela Merkel, recorrendo ao ditado "The proof of the pudding is in the eating" para dizer que apesar de ser cedo, acredita nas boas intenções da Kanzlerin e do seu desejo de "mais ar fresco na Alemanha", também por não estar ligada aos standards da velha república federal. O livro tenta responder a porque é que tantos intelectuais do século 20 correram para os braços do fascismo e do comunismo. A resposta vai desde o oportunismo, benefícios na carreira, ao idealismo das convicções. Dando a volta à questão, o autor refere-se também aos que resistiram a essas tentações, tentando descobrir o que os diferenciou dos outros. Ao ser questionado sobre Hayek, o "profeta do mercado liberais", o autor diz ter escolhido arbitrariamente, para analisar, quem tivesse nascido entre 1900 e 1910, eliminando por isso Hayek, o que, dados os "caminhos fundamentalistas" deste, o deixa satisfeito. Entre os escolhidos estão Martin Heidegger, Ernst Juenger, Jean Jean-Paul Sartre, Manès Sperber, Arthur Koestler ou Georg Lukács. Por oposição, Ralf Dahrendorf aponta Karl Popper, Isaiah Berlin, Raymond Aron, Norberto Bobbio, Hannah Arendt, Theodor W. Adorno e George Orwell.
Quando está para sair um novo livro, já em Fevereiro (com o título "Versuchungen der Unfreiheit - Die Intellektuellen in Zeiten der Prüfung" - qualquer coisa como "Tentações da «não-liberdade» - Os intelectuais em tempo de exame"), responde aos entrevistadores, que apesar de tudo, não se vive uma situação crítica e por isso, diz ele, "Vivemos em tempos normais. E estes são maus para os intelectuais liberais."
por LA @ 1/30/2006 02:58:00 da tarde
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