O valor do futuro
O Hamas, um grupo terrorista que deseja a destruição de Israel, venceu as eleições parlamentares na Palestina. No entanto, mais importante que os factos do passado, são os desejos para o futuro. Caso o Hamas renuncie ao terrorismo e aceite a existência do Estado judaico, não existirá qualquer entrave a futuras negociações.
Quando há um ano, a Autoridade Palestiniana decidiu que o Hamas poderia apresentar-se a estas eleições, fê-lo comprometendo-se, perante a comunidade internacional, a desarmar a referida organização e pugnar para que esta desistisse da destruição de Israel. O objectivo era a integração daquele movimento no processo de paz. Tanto Israel, como os EUA e a UE, aceitaram este compromisso vendo nele uma oportunidade única. Mais importante do que quem vencesse as eleições, seria o responsabilizar o maior número de Palestinianos com o processo de paz. Se esse objectivo foi ou não conseguido, não se sabe. Há apenas a certeza de ter sido dado o primeiro passo.
A vitória daquele grupo extremista islâmico tem servido de argumento para quem critica a expansão da democracia no Médio Oriente. Sucede que não são os resultados do passado dia 25 que serão analisados nos dias que se seguem. Aquilo que conta e que vale é capacidade dos líderes do Hamas em realizarem o que está em causa: Prosseguem a guerra com Israel e cometerão o mesmo erro de Arafat, ou conversam e convertem-se nos fundadores do Estado da Palestina. O que se vier a passar no futuro é o que vale.
por André Abrantes Amaral @ 1/27/2006 03:40:00 da tarde
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