Mistura social
Do Canhoto, Rui Pena Pires:
o problema-chave [dos motins nos subúrbios de Paris] é identitário, ainda que agravado por dinâmicas de exclusão social. Agravado apenas, porque pobre não tem que ser, automaticamente, delinquente! A sistemática e fácil associação entre pobreza e delinquência, para além de não ter suporte empírico, é estigmatizante. Porém, a pobreza pode facilitar a produção da delinquência e de comportamentos violentos quando está associada à rarefacção dos controlos morais que se tornam efectivos pelo julgamento colectivo. Ou seja, embora as nossas sociedades não sejam comunidades, só são viáveis quando incluem dinâmicas comunitárias de pressão social.e Paulo Pedroso:
Para ajudar à compreensão do que se passa em França vale a pena ler este [pdf] relatório da sua Inspecção-geral da educação, de 2004, que abordou de modo impressivo e preocupante os fenómenos de intolerância religiosa nas escolas das comunidades segregadas.
Quem pensa que o que está em causa é apenas o comportamento dos jovens islâmicos, engana-se, embora entre estes a gravidade da situação a que já se chegou pareça maior.
Uma das mais importantes conclusões conduz a um apelo à acção promotora da mistura social (e, consequentemente, religiosa) nas escolas. Só surpreende que o apelo já seja necessário e desta forma.
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