Critica-se a privatização de escolas, universidades e hospitais sem haver, realmente, a compreensão de que o financiamento destas instituições tem origem na riqueza por eles (e outros) criada. A gratituidade dos serviços públicos é, por isso, uma ilusão.
Vejamos o exemplo de um trabalhador com salário mensal bruto de 500 euros (7.000/ano):
A empresa tem de pagar à Segurança Social 23,75% sobre o valor bruto do salário: 118,75 euros
O trabalhador entrega ainda 11% do seu salário bruto à Segurança Social: 55 euros
A empresa retem-lhe ainda 2,5% do salário bruto para entregar às Finanças: 12,50 euros
Com o salário líquido que recebeu (432,50 euros) o trabalhador, sempre que consome, tem de pagar IVA. Dado que existem 3 escalões deste imposto (5%, 12% e 21%) vamos assumir que o seu padrão de consumo tem distribuição por estes, respectivamente, de 30%, 5% e 65%. Pagará, por mês, uma taxa média de 15,8% que corresponde a 79 euros.
Concluindo:
A empresa - para contratar o trabalhador - tem despesas directas de 618,75 euros (8.662,50 por ano)
O trabalhador consome produtos e serviços no valor líquido de 353,50 euros (4.949 por ano)
O Estado confisca, por mês, 265,25 euros (3.713,50 por ano), 42,9% do que a empresa gasta com o trabalhador
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