A treta
‘Portugal tem empresários muito bons’. Foi esta umas das afirmações do Professor António Borges que mais gostei de ouvir nas Noites à Direita de ontem. Ela contraria a ideia que se vem instalando que os portugueses são inatamente avessos ao risco, desorganizados e com falta de visão estratégica. Desculpem-me a expressão, mas tudo isso não passam de tretas. Independentemente do regime autoritário de Salazar, das confusões do PREC e da hostilidade existente, o nosso país foi dos que mais cresceu no século XX. Basta olhar para o Portugal dos anos 50 e compará-lo com o dos anos 60. Apesar do Estado, o país desenvolveu-se e esse desenvolvimento não foi obra e graça do Espírito Santo. O país fervilha de gente que todos os dias cria empresas e arrisca em novos negócios. O que se passa actualmente com a classe empresarial portuguesa é muito simples. Ela surgiu apesar do Estado e é agora protegida por este para combater a globalização. Desta forma, não há lugar a novos empreendedores, não há renovação, não há concorrência. A situação actual é sui generis. O Estado beneficia alguns empresários, asfixiando a vida da maioria, vindo depois dizer que estes não têm capacidade empreendedora. Ora, com amigos assim, há quem não precise de inimigos.
P.S: Os meus parabéns ao Paulo Pinto Mascarenhas pela excelente organização.
por André Abrantes Amaral @ 11/17/2005 12:10:00 da tarde
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