A Europa decapitada
O ano 2005 ficará para a história da Europa pelas piores razões. O ‘não’ francês à Constituição europeia e o impasse das eleições, do passado Domingo, na Alemanha, puseram em xeque as potências europeias. Resta apenas o Reino Unido que, sozinho, pouco pode (e quer) fazer pela Europa.
O projecto europeu perdeu, num só ano, os seus dois pilares. Algo impensável alguns anos atrás. Agora, todos os cuidados são poucos e, com precaução, temos de considerar tudo ser possível. Inclusive, piorar. Ficar pior do que estamos.
O final dos anos 90 foram marcados pelo início estagnação económica. Os povos europeus, habituados ao bem estar social, não se quiseram dar a trabalhos. Hoje, a instabilidade é também política. Dentro de poucos anos, quem sabe senão mesmo meses, será social.
Naturalmente, são nas piores horas que surgem as melhores oportunidades. Deus escreve direito por linhas tortas, ditado que se aplica essencialmente à França. O ‘não’ à Constituição europeia pode ter sido uma chamada de atenção para o que está mal. Uma paragem para pensar o que está errado e o que pode mudar. Uma oportunidade para discutir um projecto europeu com pernas para andar, mais a favor dos interesses das pessoas que em vista das preferências ideológicas que ainda marcam o continente.
por André Abrantes Amaral @ 9/20/2005 11:41:00 da manhã
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