Ponto de ordem
Com a devida licença dos meus respeitáveis interlocutores acho necessário intervir para repor a verdade histórica.
No capítulo 13º de "The Road to Serfdom" ("The Totalitarians in Our Midst" - Routledge Books 1ª ed 1944) Hayek transporta-nos até Alcácer do Sal onde, perante "o olhar frio do camarada controleiro que manuseava de forma displicente o arroz que tanto lhes custara a apanhar" vemos que esta herbácea nada mais é senão elemento na estratégia de dominação totalitária.
Já, no polémico "The Fatal Conceit" (Routledge Books 1ª ed 1998) Hayek revela-nos um insuspeito amor ao "arroz malandrinho" ("vai bem com os filetes" - cf. pp 103-105). Teria sido uma cedência do mestre ou (mais) uma traição de W.W.Bartleby III à memória de Hayek?
Terá sido também por esta altura que, numa publicação destinada a conservadores, aparece a grafia alternativa. "Hayeck Para Embuçados" intitulava-se a publicação. Simples gralha ou (mais uma) traição? O mal estava feito. Há quem nunca mais tivesse acertado com o nome do homem.
Apenas com a publicação do portentoso "Hayek's Challenge - an intellectual biography of F.A.Hayek" de Bruce Caldwell (University of Chicago Press 1ª ed 2004) conhecemos a verdade. Primeiro quanto à grafia: "Não" (cf cap3 "The Methodenstreit" pp 64-82). Por último quanto à sua pretensa arrozofilia: "'Tá bem..."(cf cap 13 "Rules, Orders and Evolution" pp 288-319).
Para os mais cépticos queria lembrar um pensamento de Hayek: "Human reason can neither predict nor deliberately shape its own future. Its advances consist in finding out where it has been wrong"
por Miguel Noronha @ 8/10/2005 11:14:00 da tarde
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