Populismo bloquista
Numa visita a Manteigas Francisco Louçã defendeu a adopção de políticas populistas, despesistas e ineficazes (normalmente "populista" já implica as restantes características).
Primeiro defendeu que "Portugal deverá comprar meios pesados em vez de os alugar a preços exorbitantes". Presumo que se refeira aos meios aereos. Vários estudos já referiram que a opção pela compra (que - para além do montante dispendido na aquisição - implica a sua manutenção e sub-aproveitamento durante a maior parte do ano) fica mais cara que o aluguer - mesmo a "preços exorbitantes - durante alguns meses.
Por último disse que o "Estado deve oferecer-se para comprar as terras, para haver quem cuide delas". Existe a tendência nos bloquistas (e nos estatistas em geral) para pensar que as tarefas desempenhadas pelo Estado são sempre mais eficientes e que não tem custos. A nacionalização das terras implicaria um aumento dos custos a suportar pelo Estado que teriam de ser obtidos por via fiscal. Aliado à natural ineficiência do Estado e ao desleixo com que costuma votar as suas propriedades o único resultado visível, desta política, seria o aumento de impostos.
Se queremos realmente "oferecer" incentivos à limpeza das matas privadas, porque não imputar o custo do combate aos incêndios aos proprietários beneficiados? Porque não responsabilizar o proprietário do terreno onde começou o fogo, e que se propagou a terrenos adjacentes, obrigando-o a indemnizar os restantes proprietários?(*)
(*) Estas ideias não são da minha autoria e foram sugeridas num recente jantar conspirativo.
por Miguel Noronha @ 8/10/2005 10:44:00 da manhã
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