A democracia adulta
Os defensores do liberalismo, ou melhor qualquer pessoa que, em Portugal, pense e aja como não sendo socialista é encarado como um E.T. Experimentem conversar com alguém, um amigo por exemplo, sobre as nossas ideias políticas, a nossa forma de estar na vida...
João Marques de Almeida, num artigo publicado na nova revista Atlântico, escrevia que a democracia portuguesa já tinha atingido a idade adulta. É verdade que aderimos à Europa há quase vinte anos, que usamos o Euro e até temos um presidente da Comissão Europeia. Sucede que, se a democracia portuguesa já pode ser considerada adulta, o mesmo já não poderemos dizer dos seus protagonistas. Um dos problemas que vivemos actualmente é que estamos amordaçados por políticos que, ou por fazerem parte da geração que nasceu para a política nos anos 70, ainda vive como nos seus tempos de juventude ou, por serem mais novos, cresceram ofuscados pelos seus ídolos políticos e não tiveram a capacidade de, com a humildade necessária, procurar algo novo e mais adequado ao início do século XXI. O que encontramos em Sócrates é um socialismo ideológico arrumado numa nova embalagem. O que ouvimos em Marques Mendes é o vazio de um discurso cheio de palavras. Para uma democracia adulta como a portuguesa, a alternativa política ainda não existe, porque os políticos, que se apresentam como sérios e sensatos, ainda não amadureceram devidamente.
por André Abrantes Amaral @ 4/01/2005 01:55:00 da tarde
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