Ainda a Casa da Música
Editorial de Pedro Rolo Duarte no DN.Foram seis anos de "Portugal no seu pior" quatro datas de abertura prometidas e não cumpridas, uma brutal derrapagem nos custos (de 40 para 100 milhões de euros!), intrigas, polémicas, demissões, administrações sucessivas. Numa obra privada - ou numa obra pública de um país civilizado... - tinham rolado cabeças e tinham sido penalizados responsáveis. Na Casa da Música do Porto, os danos foram suaves demissões que resultaram em novos empregos, ou regressos a antigos empregos. Ou seja, não aconteceu nada àqueles que permitiram gastar três vezes mais do que o previsto e caucionaram um atraso na obra que poderia ter sido evitado se não se lançassem promessas gratuitas para conquistar apoios e simpatias.
Já se sabia que uma obra daquela dimensão - especialmente daquela natureza inovadora e experimental - estava sujeita a um tempo de construção (e, por isso mesmo, a um preço) muito maior do que os longínquos 40 milhões de euros. Sabia-se, mas fez-se de conta que não era nada. Como se fosse natural. Como se o dinheiro fosse de ninguém.
por Miguel Noronha @ 4/14/2005 03:11:00 da tarde
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