Espantoso!
Pensava eu que o PREC estava morto e enterrado mas descubro que estava enganado! Afinal, nas empresas de comunicação social, o "controlo operário" ainda vive 30 anos depois através dos "Conselhos de Redacção".
A propósito da anunciada venda da Lusomundo a Joaquim Oliveira o AACS (um orgão já de si muitíssimo estranho) solicitou o parecer do CR do Diário de Notícias. Isto é, um orgão diverso do comprador e do vendedor (que presumo tenham já acordada a transacção) tem poderes para impedir a venda. Como parte do processo de averiguações solicita um parecer aos trabalhadores de uma das empresas do grupo a fim de saber se estes gostam ou não do novo patrão. Fantástico!
A resposta do CR do DN não deixa de ser igualmente espantosa.
Em primeiro lugar afirmam (e bem...) "Não cabe[r] nas [suas] competências (...) pronunciar-se sobre o accionista". Fazem algumas ressalvas à transacção. Dizem que o estatuto de santidade dos jornalistas não pode ser posto em causa. Referem ainda que no jornal são eles, e não os accionistas, que mandam. Para terminar com chave de ouro recusam liminarmente qualquer venda de património ("histórico") nomeadamente o edifício da sede (não vá o novo dono desterrá-los para os arredores de Lisboa).
por Miguel Noronha @ 3/28/2005 03:49:00 da tarde
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