Ignorando o peso da História, a noção de "liberdade" veiculada pelo nosso poder político ainda hoje carrega dois significados não escritos – "riqueza" e "redistribuição" – com que seduzem os cidadãos no mercado dos votos; com maior ou menor pendor, todos insistem na ideia que os poderes públicos são capazes de acelerar o processo económico e sacrificam as aspirações individuais em troca de direitos constitucionais e promessas de "liberdade" – leia-se, mais riqueza e sua redistribuição – que permitirão ultrapassar os mais distintos estados de necessidade.
Por isso não espanta que a palavra "redistribuição" surja num certo politiquês semanticamente associada a "desprendimento" e "generosidade", ao mesmo tempo que "arbítrio" e "liberdade individual" são qualificados de "egoísmos".
<< Blogue