6.10.06

Continuam os protestos na Hungria contra Ferenc Gyurcsany

BUDAPEST (Reuters) - Some 80,000 opposition supporters demonstrated outside Hungary's parliament on Friday to demand Prime Minister Ferenc Gyurcsany quit, just hours after he won a vote of confidence from lawmakers.

Gyurcsany, who secured the votes of 207 MPs with 165 against, had told parliament he would not bow to opposition "blackmail" and vowed to stick to his tough economic programme.

Protesters from the opposition Fidesz party, many waving Hungarian flags, rallied in front of the neo-gothic parliament to the sound folk music and the national anthem, to demand he resign for lying about the economy to win April's election.
É curioso como a linha propagandística do "tough economic programme" (acompanhada por vezes da ainda mais acéfala afirmação de que se tratam de manifestações organizadas pela "extrema-direita") consta em quase todas as notícias das agências internacionais (que são depois reproduzidas acriticamente pela generalidade dos meios de comunicação nacionais). Na realidade, a política orçamental do governo socialista húngaro tem primado por um laxismo que ultrapassa até o caso português, sendo que, mesmo com esse (insustentável) "estímulo" de curto prazo, a performance da economia húngara é das menos positivas da Europa de Leste. A única forma razoável de descrever a política orçamental do Magyar Szocialista Párt, independentemente das mentiras do PM Ferenc Gyurcsany, é como despesista, laxista e desastrosa. Comemoram-se em breve os 50 anos da Revolução Húngara contra a ocupação comunista. Espero que essa efeméride sirva pelo menos para que em alguns meios de comunicação internacionais (quanto aos nacionais, infelizmente, pouco há a esperar...) se realizem análises um pouco mais profundas da situação húngara e a propaganda para consumo externo do actual (des)governo socialista encontre algum contraditório com base na realidade.