Mistérios religiosos de Albion
A primeira vez que ouvi falar do Dr. Rowan Williams, Arcebispo (anglicano) da Cantuária, foi numa notícia do Telegraph que dizia que ele tinha se tornado druida honorário. É preciso admitir que, por mais esquisita que tenha sido a cerimônia, o Dr. Williams não se tornou, afinal, druida honorário. Depois, por outras razões, ele pediu desculpas à maçonaria só por ter sugerido a sua incompatibilidade com o Cristianismo. E, após termos assistido à grande guinada progressista no anglicanismo, com bispos abertamente homossexuais e mulheres sendo "ordenadas" (inclusive Alice Goodman, a esposa de Geoffrey Hill, o maior poeta vivo da língua inglesa), o Dr. Williams vem dizer o que qualquer cristão diria: que ser gay é pecado.
O Arcebispo da Cantuária costumava ser o "pai espiritual" da família real inglesa. No entanto, o Príncipe Charles é não só o fundador do Centro de Estudos Islâmicos da Universidade de Oxford como há muitos anos fala a respeito do Islam. O mais significativo, porém, me parece o prefácio que Charles escreveu para o livro The Sacred Art of Shakespeare, de Martin Lings. É por causa deste prefácio que me sinto tentado a responder negativamente à pergunta "Será que o Príncipe de Gales converteu-se ao Islam?" Martin Lings aparentemente foi um dos sucessores de Frithjof Schuon na tariqat de Maria, uma sociedade secreta que não praticava, digamos, o islamismo mais comum, e sim uma espécie de supra-religião, como se pode depreender dos escritos de seus praticantes.
Vejam bem: eu não deduzi nada. Apenas relatei alguns fatos.
por Pedro Sette-Câmara @ 8/28/2006 03:19:00 da manhã
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