Diplomacia da treta
A diplomacia como meio de resolução de conflitos pressupõe dois lados em condições de diálogo, suponho. Mais ainda, pressupõe que quem se senta de cada lado da mesa (literalmente), tenha uma qualquer legitimidade que lhe seja conferida pelos beligerantes. Nas sociedades Ocidentais e à custa de muito sangue, pelo génio da civilização grega, do Direito Romano e da mensagem de Cristo, é adquirido que essa legitimidade é conferida por nós de acordo com um processo político relativamente bem definido, fundado na razão. Deus não tem nada que ver com os assuntos dos homens. No caso dos grupos islamistas e até dos próprios países Islâmicos, quem tem legitimidade para negociar? Se as acções do Hamas, do Hezzbollah, da Al-Qaeda são a vontade de Deus na Fé dos seus autores, com quem devem negociar os diplomatas ocidentais? Talvez devam esperar pelo 12º Imã ou, se tiverem muita pressa, falar directamente com Ele em videoconferência ou quem sabe pelo telefone. A legitimidade diplomática do lado islamista é pertença de Deus ou de quem fale em seu nome. Descalcem lá esta bota.
por Helder Ferreira @ 8/14/2006 01:07:00 da manhã
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