O Mundo em Guerra
(post também publicado aqui. Por manifesta falta de criatividade deste que vos escreve, esta semana não há Mundo Moderno)
Quando o conflito no Médio Oriente estalou, Newt Gingrich, antigo líder dos republicanos no Congresso americano, terá afirmado que o mundo poderia estar às portas da III Guerra Mundial. As declarações de Gingrich têm sido, na melhor das hipóteses, ridicularizadas, e na maior parte dos casos tidas como mais uma prova do suposto apetite bélico dos "neo-conservadores do Pentágono". Deviam, no entanto, ter sido encaradas com maior prudência. Deviam, acima de tudo, ter sido encaradas como um aviso a ter em conta. Porque, ao contrário do que os pacifistas europeus tendem a pensar, o destino do mundo não está nas mãos de Bush. Ao contrário do que as boas consciências tendem a pensar, uma eventual III Guerra Mundial não depende só de nós (Ocidente em geral). O que as declarações de Gingrich, se vistas com serenidade, nos lembram, é que se nos quiserem colocar numa III Guerra, essa será uma realidade á qual não poderemos fugir. Os nossos adeptos da diplomacia dos bons sentimentos parecem não colocar a hipótese do Irão atacar Jerusálem, por exemplo, ou ordenar ao Hezbollah um atentado em Londres, cenários que obrigariam a um agravamento do conflito.
Ao contrário do que os mais entusiasmados adeptos da neutralidade pensam, os defensores da guerra do Iraque não são uns "amantes da guerra", obcecados com a conquista de novos poços de petróleo. São, isso sim, pessoas que por variadas razões, consideraram que a intervenção no Iraque era necessária. Não olham, por isso, para o cenário especulado por Gingrich com satisfação, como certamente Gingrich também não. Mas o que é realmente trágico é que podemos ser arrastados para esta situação, mesmo não a querendo. Numa guerra, para que dois inimigos se enfrentem, basta que um tenha vontade de o fazer. É por isso que o pacifismo não funciona. E é por isso que as boas consciências se deveriam preocupar mais com o Irão do que com os "neo-conservadores" ou "esse Bush".
por Anónimo @ 8/13/2006 10:35:00 da tarde
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