Almoços Grátis
It is not from the benevolence of the butcher, the brewer, or the baker, that we expect our dinner, but from their regard to their own self-interest.
- Adam Smith
Isto não é um ethical statement, é uma constatação da realidade, logo não é passível de julgamento moral e qualquer tentativa de o fazer passa pela alteração do real e pela criação do Homem Novo que motivou e motiva tantas atrocidades.
Vem isto a propósito do artigo do Dr Pedro Norton de Matos no Semanário Económico. Diz:Uma das frases mais infelizes no léxico da gestao,tambem muito utilizada fora dessa área,é que nao há almoços grátis.Tal expressao fere a minha sensibilidade,e apesar de a ouvir e ler com muita frequencia,quero crer que nao é verdade.Sobretudo, quando aplicada á vida extra empresa.Nesse domínio, tendo a rejeitá-la liminarmente.
O equívoco em que o Dr Pedro Norton de Matos cai neste texto é a armadilha que justifica as utopias e as atrocidades na sua demanda. A frase “não há almoços grátis”, não é uma posição moral, é uma constatação da realidade da qual pode ou não ser extraída uma conclusão moral. Não estou a ver o Dr Norton de Matos a inquirir sobre a moralidade da rotação da Terra. Tudo o que se dá tem um custo, seja ele material ou outro. Que quem dá não o “contabilize”, é outra questão.
Com efeito,o fundamentalismo desta afirmaçao de origem anglo saxónica,pretende dizer que nao há lugar para altruismos ou atitudes desinteressadas.Tudo terá um objectivo material ou comercial em vista.Ninguem, dá nada a ninguem.A vida seria uma continua conta corrente,em que sem contrapartidas materiais,nada feito.Que tristeza! Que deserto de sentimentos e emoçoes.
Quando as empresas investem/gastam em acções de responsabilidade social, isso tem um custo, seja para accionistas, consumidores ou sócios. Quer se queira, quer não. Que tenham retorno material ou outro, qual a razão porque o fazem, se se limita à imagem, é um problema diferente. A realidade não é uma questão moral.
por Helder Ferreira @ 8/12/2006 06:06:00 da tarde
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