Sobre a boa vontade dos homens e as crises de amnésia
O Daniel Oliveira, alerta para a divisão das forças de Israel após o rapto de mais dois soldados israelitas, desta vez a norte do país. O truque é inteligente, mas falha num ponto que o Daniel parece esquecer: Israel está preparado para lutar em todas as frentes ao mesmo tempo. Só assim se explica a sua sobrevivência desde que a ONU votou a divisão da Palestina em 1947. O Daniel preocupa-se ainda com a iniciativa de Israel em avançar primeiro no ataque às posições do Hezbollah no Líbano. A fazê-lo, o Daniel demonstra não se ter ainda apercebido do segredo de quem combate em todas as frentes: A surpresa, ou utilizando a famigerada expressão, a guerra preventiva. Ao atacar os grupos terroristas, há o risco de se sofrer uma qualquer retaliação. É certo. Mas antes tê-los a responder, que a ter a iniciativa.
Há ainda no comentário do Daniel um detalhe divertido, mesmo que sempre previsível. Ele está na critica subliminar à estratégia israelita e consequente esquecimento do estratagema do Hamas. Este ano, o Partido Trabalhista de Amid Peretz (um sindicalista, forte apoiante de um Estado Palestiniano) entrou para o governo. Se assim é, por que razão surgem agora estes ataques? Nas suas pontuais crises de amnésia, o Daniel não reconhece que o Hamas ainda jura a destruição do Estado vizinho e que, enquanto assim for, não há paz possível. Por muito que o mundo se encha de boa vontade.
Post corrigido.
por André Abrantes Amaral @ 7/13/2006 12:17:00 da tarde
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