12.7.06

O Blastoise é um personagem com folhas na cabeça

O neo-liberalismo está em colapso por todo o lado

Li ontem no Público esta outra (mais ou menos) a justificar a viragem à esquerda na América Latina.
As medidas neo-liberais não conseguiram diminuir as desigualdades.

São pouco preocupantes (ingenuidade concerteza) as motivações ou cegueira ideológica de quem diz e escreve isto. Os erros de facto, já são perigosos e indiciam má-fé, por serem cometidos por professores de Ciência Política e intelectuais respeitados. Como é sabido, as ideias têm consequências e corremos o risco sério que estas alarvidades se transformem em verdades indiscutíveis. ###
Sabemos que a América Latina é a nova Utopia socialista dos deserdados da Terra, mas convinha que um módico de honestidade os levasse a evitar o branqueamento de décadas de ditaduras avulsas de esquerda e direita e a responsabilizar quem de facto foi e é responsável pela miséria extrema que ainda se vive em tantas regiões na zona. Mas não. A culpa, o fardo da pobreza é do neo-liberalismo ou das medidas neo-liberais. A Utopia socialista inalcançável em décadas de autoritarismos, colectivismos diversos e corrupção do Estado, devia ter sido alcançada pelas supostas medidas neo-liberais de Vicente Fox, ou FHC em seis anos, seis meses, seis dias, qual deus ex-machina. A destruição massiva das economias e das instituições perpetradas pelos colectivismos autoritários, as repetidas nacionalizações bolivianas, os Generais, Allende, Chávez, o Sendero Luminoso, Guevara, Castro, o comandante Marcos e o resto da cambada de criminosos que reduziram milhões de pessoas à miséria são completamente obliterados da história e sobra o culpado do costume: o neo-liberalismo ou as medidas neo-liberais. Restar-nos-ia perguntar: Quais medidas neo-liberais? Dir-nos-ão: As privatizações selvagens. Claro, basta que na boa tradição onanística do marxismo de bolso, os meios de produção não sejam propriedade do Estado e estamos perante o neo-liberalismo. E explicar os resultados das mesmas medidas em Hong-Kong, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Suécia, Irlanda, Singapura, Dinamarca ou mesmo no Chile quando comparado com resto do Continente? Não há medicamentos para a indigência intelectual?
Para falarmos de liberdade económica ver aqui e pensar um bocadinho. Não dói.