Israel e o Hezbollah: uma reacção proporcional?
No Pasquim da Reacção levanta-se a questão que me parece fundamental para avaliar a reacção de Israel aos actos terroristas de que tem sido alvo: a proporcionalidade. Concordo basicamente com os pressupostos implícitos na abordagem do Corcunda mas tenho fortes reservas quanto à análise concreta desta situação.
Creio que o que está em causa nos razão nas acções terroristas repetidamente perpetradas contra Israel é mais do que a morte de inocentes. Como os próprios terroristas não se cansam de repetir, o que está em causa é a eliminação física da "entidade sionista". Assim, caso se atribua credibilidade às intenções expressamente declaradas pelos autores dos ataques terroristas, o que está em causa é a própria existência do Estado de Israel, pelo que poderá ser lícito e justo actuar com meios proporcionais a uma séria "ameaça para a totalidade da sociedade".
Se a situação for avalida por este prisma, e considerando todos os meios militares ao dispor de Israel, a reacção israelita dificilmente poderá ser considerada desproporcional. Pelas mesmas razões (ou seja, o facto de os actos terroristas visarem declaradamente a aniquilação do Estado de Israel e de essa ameaça ter pelo menos alguma credibilidade), a analogia com a hipotética actuação do Estado português face a um assassino que não conseguisse apanhar parece-me de duvidosa aplicabilidade.
por André Azevedo Alves @ 7/18/2006 12:54:00 da manhã
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