E por hoje é tudo
A questão ética essencial com que se debate quem decide matar alguém por aquilo que esse alguém é ou parece ser, tem que ver com o valor que se atribui à vida. Antes de decidir matar, o “assassino”(este “assassino” não tem juízo de valor nem intenção histórica), tem que despersonalizar o futuro assassinado. Tem que lhe retirar a dimensão humana, tem que olhá-lo como outra coisa qualquer. Para o fazer, é obrigado antes ainda, a conseguir algo muito mais difícil: despersonalizar-se a si próprio. Tem que conscientemente abdicar do direito de ser visto com uma pessoa, com passado, futuro, emoções, racionalidade. Tem que reduzir-se a uma condição máxima de insecto doméstico. Quando o faz, é nisso que se torna. Num animal longe de estar em via de extinção.
por Helder Ferreira @ 7/25/2006 01:28:00 da manhã
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