Da água para o vinho...
Dois dos principais aliados dos Estados Unidos para a invasão do Iraque mudaram de governo e passaram para as mãos da esquerda. Falo, naturalmente, da Espanha e da Itália. Devido à recente entrada em funções do novo governo italiano, é difícil dizer se Prodi seguirá, ou não, uma agenda "radical" à la Zapatero. Mas, até devido às difíceis condições da coligação vencedora, parece-me difícil que isso aconteça.
Mas, na política externa havia, pelo menos, uma semelhança: ambos prometeram na campanha eleitoral tirar as tropas do Iraque. É certo que a semelhança acaba aí: Zapatero retirou de imediato os soldados espanhóis, os italianos vão demorar a fazê-lo até ao fim do ano.
Agora, com a crise do Médio Oriente, os dois dirigentes têm posições bastante diferentes. Zapatero, que deve ainda estar a sonhar com a utópica Aliança de Civilizações, exigiu que ha reclamado a Israel el cese de hostilidades en esa zona y subrayó que la lucha antiterrorista no puede conllevar la muerte de inocentes. Se calhar ele ainda pensa que Israel é culpado por o Hezbollah ter feito uma incursão em Israel e ter raptado dois soldados.
Pelo contrário, Prodi declarou que il problema grosso (...) da parte israeliana, americana e italiana, è considerata la presenza di Hezbollah armati nel Sud del Libano.
De facto, este Zapatero não tem cura... será que ele ainda não percebeu que Israel não tem apenas uma luta antiterrorista pela frente, mas uma luta contínua pela sobrevivência desde 1948. Em nenhuma guerra podemos, actualmente, querer matar civis inocentes. Mas os adversários de Israel visam, frequentemente (e, às vezes, exclusivamente), os civis israelitas (ver os atentados suicidas em restaurantes, cafés, autocarros). O Hezbollhah, tal como o Hamas e a Fatah, misturam-se com a população civil, escudando-se em inocentes, para tentarem evitar os ataques israelitas. Os inocentes tornam-se escudos humanos, conscientes ou inconscientes.
Enquanto Zapatero, tal como o seu amigo Chirac e outros dirigentes bem-pensantes europeus continuam a pensar nos árabes como "vítimas" quando ao longo dos últimos 60 anos foram quase sempre eles os agressores. Se calhar, eles desejavam que Israel nunca tivesse existido...
por Rui Oliveira @ 7/15/2006 06:11:00 da tarde
<< Blogue