Do Estado social ao Estado terapeuta
Artigo do Prof. José Manuel Moreira no Diario Económico Apesar dos avisos à navegação, o movimento de substituição do moral pelo social prosseguiu o seu caminho e as consequências disso foram a substituição da moralidade, bons costumes e solidariedade voluntária pela política social governamental. Nem a Igreja resistiu a este deslizamento do espiritual para o social. Foi assim que o ”pecado social” quase apagou os pecados pessoais.
Isto ajuda a compreender o que está por detrás dos amplos sentimentos de culpabilidade da sociedade ocidental contemporânea: a ideia de que o rendimento e riqueza de uns é extraída de outros, em vez de ganha ou poupada, e a ideia de que a riqueza herdada é imoral (o que por sua vez reflecte o enfraquecimento dos vínculos familiares).
Mas talvez o factor mais determinante seja a erosão do sentido de pecado pessoal, o que reflecte por sua vez a perda de ênfase no indivíduo em relação à colectividade e da responsabilidade pessoal face às influências do ambiente. A culpabilidade colectiva substituiu o sentido de pecado pessoal. O ´filosofismo´, como lhe chamou Herculano, acabou por vingar, e marca a nova geração. É isso que explica o seu apreço pelo tom pastoral do discurso do BE.
por Miguel Noronha @ 6/20/2006 04:08:00 da tarde
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