27.6.06

Chantagem sindical

A greve que os enfermeiros cumprem hoje está a atingir entre 71 a 72% de adesão a nível nacional, disse à Lusa Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

[DD]
Num serviço público monopolista, o poder dos sindicatos e as respectivas consequências para os cidadãos são - como esta greve o demonstra - demasiado evidentes.

A enorme adesão à greve leva-nos a questionar se as acções destes profissionais da saúde são exclusivamente motivadas por válidas preocupações ou se, alternativamente, estes estão cientes do elevado poder negocial que o monopólio do Estado lhes proporciona.

No sector privado da economia, greves com semelhante impacto social não ocorrem. A concorrência pelos melhores trabalhadores acaba por diferenciar, em cada empresa, as condições de trabalho oferecidas. Deste modo, em determinado momento, o número de profissionais que se encontra descontente com o seu trabalho é relativamente reduzido (há sempre a possibilidade de trocar de empresa) e, além disso, todos têm presente que uma greve pode afectar a continuidade do seu posto de trabalho (clientes descontentes rapidamente mudam de fornecedor).

Este tipo de greve assenta, portanto, numa luta de poder entre o Estado e Sindicatos sobre o destino a dar aos impostos cobrados. Ao cidadão cabe apenas "obedecer" ao vencedor desta batalha fiscal!