Desarmar o socialismo com um sorriso
J. não tem ainda 30 anos e trabalha numa pequena empresa há cerca de 7. É um rapaz simpático, com alguns problemas de saúde derivados do nervosismo e da ansiedade. Tem um bom relacionamento com o seu empregador e demais colegas. No entanto, certo dia surge uma oportunidade tentadora de um outro emprego para trabalhar mais, ganhar melhor e ter maior visibilidade. Está na hora de arriscar, aceita o desafio e comunica a decisão ao seu patrão. Este, conhecendo o mundo cão fora das paredes da sua empresa e a fragilidade emocional do seu empregado, aceita a rescisão, acrescentando que este tem as portas da empresa abertas durante os próximos 6 meses. Dentro desse período pode voltar quando quiser e sentir necessidade. J. mal consegue conter as lágrimas.
Nem todos os patrões são assim e é por a vida não ser fácil que este empregador teve o cuidado de fazer a mencionada proposta. No entanto, quando ouço os senhores que defendem a rigidez das leis laborais, como única defesa contra os donos das empresas e encaram o mundo dentro da limitada visão da luta de classes, esta história real e acontecida na semana passada, ganha uma importância inimaginável. Que os homens não praticam sempre a bondade já todos sabemos, mas o mito de que o Estado (aliás, governado por homens) tende ao bem quando, em contraponto, o indivíduo apenas visa o seu interesse, falha aqui. Na verdade, o socialismo (como todas as ideologias que quebram a liberdade) fica sempre desarmado perante a generosidade humana.
por André Abrantes Amaral @ 5/29/2006 03:26:00 da tarde
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