Mundo Moderno
O Primeiro-Ministro anunciou o plano de simplificação da burocracia estatal. No entanto, não lhe ocorreu a simplificação da propaganda com que apresentou o dito plano. Propaganda é coisa com a qual o Governo não tem cuidados de poupança. Quem também não teve grande cuidado esta semana foi o Ministro dos Negócios Estrangeiros. Tendo em conta o que ouviu em "alguma comunicação social", Freitas do Amaral não hesitou em manifestar o seu desagrado relativamente à forma como alguns emigrantes portugueses teriam sido tratados pelo Governo canadiano. Sem qualquer vergonha na cara, foi de seguida forçado a engolir as suas palavras, como o país inteiro se vê forçado a engolir a sua incompetência e a sua ânsia de aparecer. Ânsia que se parece ter perdido em Luís Felipe Menezes, que decidiu não se candidatar à liderança do PSD. Talvez por ter percebido que a melhor oposição que poderia fazer seria manter-se ausente, descredibilizando a própria corrida eleitoral. Credibilidade que Marques Mendes continua a querer que seja o centro da condução da sua liderança, mas que perde irremediavelmente de cada vez que faz declarações como as que fez relativamente à questão das manternidades, cuja demagogia será certamente atestada pela semelhança com as de Manuel Alegre. Em França, os "jovens" estão na rua, para, como dizia a The Economist, terem um emprego certo à saída da Universidade, e não apenas dois anos depois. Villepin tentava sobreviver. Sarkozy mostrava a sua hipocrisia, e Chirac fazia a sua pequena emboscadazinha aos dois. Ficam todos bem uns para os outros. Os "jovens", Villepin, Sarkozy e Chirac. Mas com a violência que se espalha pelas ruas de Paris, talvez os franceses possam imitar os portugueses, e pedir exílio político no Canadá. Teriam mais razões para isso.
por Anónimo @ 4/02/2006 09:42:00 da tarde
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