14.4.06

A Globalização é Excludente?

"Uma das mais propagadas acusações dos antiglobalizadores contra a globalização é a de que esse processo aprofunda a miséria e a desigualdade distributiva do mundo capitalista, contribuindo para o aumento da concentração de riqueza nas mãos de uns poucos privilegiados e reservando apenas pobreza e desemprego para a maior parte das pessoas, seja nos países pobres, seja para os pobres dos países ricos.
(...)
tenho sido, creio, um dos primeiros comentaristas, no Brasil, a divulgar os trabalhos do economista catalão, da Columbia University, Xavier Sala-i-Martin, que tem pesquisado e trabalhado sobre os dados da distribuição mundial da renda e sua evolução ao longo dos últimos trinta anos. Essas três décadas correspondem, como todo mundo sabe, ao “espocar da globalização”, isto é, a fase final do socialismo (anos 1970-80) e o desaparecimento das últimas “terras incógnitas” para o capitalismo, com a incorporação da China e ex-satélites soviéticos à divisão mundial do trabalho (anos 1990 e início do novo milênio). Pois bem, o seu último trabalho, em fase de publicação: The World Distribution of Income: Falling Poverty and… Convergence, Period (texto original de 9/10/2005; a ser publicado no The Quarterly Journal of Economics, vol. 126, 2006), demonstra não apenas que a pobreza tem diminuído, mas que a distribuição mundial de riqueza também tem melhorado. E agora antiglobalizadores?"

Paulo Roberto de Almeida, "Sorry, antiglobalizadores: a pobreza mundial tem declinado, ponto!"

(via Instituto Millenium)

Leitura recomendada - e necessária! - para todos aqueles que insistem nas falácias de que a globalização é excludente, de que 1/5 da humanidade está globalizada em detrimento dos 4/5 restantes, de que a economia é um jogo de soma-zero, de que os países pobres são pobres porque os países ricos são ricos, de que o centro capitalista ganancioso explora a periferia ingênua e bem-intencionada, e assim por diante ad infinitum.