Os "Core Businesses" estatais
A administração do Hospital de Santa Maria vai privatizar, através de parcerias público-privadas (PPP), a maioria dos serviços da unidade. [RR]
(...) a gestão do Santa Maria apenas se ocupará do "core business", ou seja, consultas, cirurgias e cuidados continuados.(...)De acordo com a mesma fonte, as mudanças permitirão à unidade hospitalar poupar cerca de 53 milhões de euros a partir de 2008.(...)
Para o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa(...)"O investimento privado permite aquilo que com os recursos do Estado, de imediato, seria complemente impossível de executar".
São de saudar estas decisões. Menos saudações merece a lógica e os conceitos que continuam a manter que o SNS, universal e de contribuição mandatória, faz parte da missão do estado. Os cuidados de saúde não deveriam ter no estado a importância que numa empresa se atribui ao "core business". As actividades estatais nesta área deveriam ser restringidas à prestação de cuidados ou apoios aos que pelas vicissitudes da sua vida não podem preparar e segurar para si os custos com os serviços médicos que venham a necessitar. Mesmo isto não implica a existência de uma gigantesca estrutura própria, podendo esses serviços serem prestados por entidades privadas (nacionais ou não) .
Numa empresa, um "core business" estável e gerador de fundos, permite o investimento em novos áreas de actividade ou permite o reinvestimento, melhorando as performances futuras. Nada disto acontece com a intervenção do estado na saúde. Pelo contrário. Os recursos que são mal aplicados neste sector fazem falta noutros onde o estado deveria ter outra eficiência e eficácia. Falo, por exemplo no "core business" que devia ser a justiça.
por LA @ 3/14/2006 02:21:00 da tarde
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