29.3.06

Estatísticas...

"Há várias formas de mentir com estatísticas. É possível apresentar tendências através de lentes tendenciosas, mudar proporções em apresentações gráficas para causar um determinado impacto, estabelecer nexos causais inexistentes a partir de relações entre variáveis, fazer projeções baseadas em estatísticas defasadas, ignorar informações que sejam inconvenientes para a tese que se deseja sustentar, maquiar imperfeições numéricas e inclusive praticar a patifaria pura e simples de falsificar dados ou basear-se deliberadamente em fontes secundárias de qualidade duvidosa (por sinal, Marx e Engels eram adeptos dessas duas últimas práticas).
(...)
A informação, em um Estado de Direito, pode ser utilizada para o bem ou para o mal e é uma ferramenta indispensável do aparelho de Estado. Os resultados – benéficos ou não – dependem do grau de participação da sociedade na vida política da nação. Infelizmente, uma pesquisa recente do Ibope (sempre as estatísticas!) aponta que a sociedade brasileira é tolerante com a corrupção, o que é incompatível com a inserção do Brasil no time dos países democraticamente maduros e, ainda com maior razão, no grupo das nações economicamente desenvolvidas."

Claudio Téllez, "Estatísticas Furadas"

(via Claudio Téllez)