A realidade e os seus contestatários
O Ministro Correia de Campos avisou hoje que com os actuais níveis de despesa e modelos de financiamento o SNS é insustentável e propôs que fossem alteradas as taxas de cobertura.
Esta "chamada à realidade" provocou, de imediato, reacções de desagrado.
O BE achou que as declarações eram "gravissimas" e que "feri[am] de morte o princípio da universalidade e da solidariedade que estão na base do Serviço Nacional de Saúde".
O PCP disse que a "ideia [era]contrária à própria Constituição da República Portuguesa, que prevê um sistema universal, tendencialmente gratuito".
Para terminar em beleza um misterioso e auto-nomeado "Movimento de Utentes dos Serviços Públicos" disse estar "completamente contra uma sobrecarga em termos de pagamentos dos serviços de Saúde sobre os utentes".
Ninguém se lembrou foi de dizer como resolvia a questão do financiamento do sistema sem "sobrecarregar os utentes" ou sequer porque não deverão ser os utentes (que são os beneficários directos) a pagar o serviço. Nenhum deles (nem sequer o Ministro) ousou por em questão da obrigatoriedade das contribuições para o sistema.
por Miguel Noronha @ 2/17/2006 04:55:00 da tarde
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