11.1.06

Segurança social privada

Limitar o valor das pensões pagas pelo sistema público a um salário mínimo e tornar obrigatória para todos, ricos e pobres, e de forma imediata, a contribuição de 6% para o sistema público e de 5,5% para o privado é a solução defendida num estudo de António Duarte, economista do Banco Português de Negócios, e Marco Ferreira, jurista, para resolver o problema da sustentabilidade da Segurança Social. Em declarações ao DN, António Duarte sustenta que com este modelo o Estado só teria prejuízo durante dois anos, gerando cash flow a partir daí, graças à securitização do risco de cada contribuinte, com base na sua idade, face à sua esperança média de vida. De acordo com os cálculos feitos no referido estudo, quem descontou durante 30 anos com base numa média salarial de 500 euros, e calculando uma taxa de rentabilidade média de 2,4% (considerada prudente) o valor da pensão pago pelo sistema privado seria da ordem dos 330 euros a somar à componente pública, ou seja, acima do salário de referência.
Curioso, dois anos atrás fui um pouco menos "prudente" (taxa de rentabilidade de 3%), assumi 40 anos de descontos a uma taxa inferior (a proposta acima assume aumento de 0,5%) e uma esperança média de vida de 120 anos(!). Mas os cálculos mostraram que, num sistema exclusivamente privado, o contribuinte pode ser milionário aos 60!!!

Nota: comparativamente ao estudo citado (considerando uma remuneração de 500 euros), se, nos meus cálculos, aumentar a taxa de desconto em 0,5% e reduzir a taxa de rentabilidade para 2,4% e a esperança média de vida para 100 anos de idade o indivíduo, mesmo assim, ainda teria de trabalhar mais 9 anos (39 anos vs 30 anos) para obter a mesma remuneração que recebe durante a vida activa. Mas, quando morresse, tais poupanças seriam dos seus herdeiros e não do Estado.