18.1.06

Recordando Algumas Vítimas da UP

"Perto de Pucón, o agricultor Rolando Matus Castillo foi assassinado pelos miristas. Ele tentou defender a sua propriedade de 20 hectares.

Em Nancagua, ao sul de Santiago, o capataz Domingo Soto foi assassinado por tentar ultrapassar uma barreira de ocupantes. Ele estava indo para casa, pois a sua mulher estava dando à luz.

José Liendo, um assassino mirista conhecido como 'Comandante Pepe' espalhava o terror pelos campos. As ordens de prisão emitidas contra ele eram simplesmente 'devolvidas' pelos agentes de Investigaciones (a polícia civil). Se algum funcionário público tentava agir em prol do cumprimento da lei, era destituído por 'aferrar-se à legalidade burguesa'. Um dos lemas do Movimiento Camponês Revolucionário, a 'versão agrária' do MIR (Movimiento de Izquierda Revolucionário), era 'TIERRA O MUERTE' - terra ou morte.

Em Rancagua, a Viña Santa Blanca foi tomada de assalto. O filho do proprietário, Gilberto González Gómez, tentou defender o pai que estava sendo espancado. Esse gesto custou-lhe a vida.

No dia 19 de janeiro de 1972, Raúl Quezada Moreno, um fazendeiro de 52 anos, pai de oito filhos, foi assassinado a pauladas por extremistas do Movimento Camponês Revolucionário (MCR).

Em Fresia (sul do Chile), extremistas ocuparam um hospital e agrediram dois médicos, obrigando-os a modificarem um laudo de autópsia no qual estava escrito que a vítima morrera por causa de um traumatismo craniano. Os médicos tiveram que escrever 'morte natural' no laudo. Tudo isso foi feito na presença do subdelegado de Governo. Além de espancarem os médicos, os extremistas ameaçaram violentar as enfermeiras ou até as pacientes, caso não fossem obedecidos.
(...)
No dia 8 de junho de 1971, o ex-vice-presidente da República, Edmundo Pérez Zujovic, foi metralhado por três membros do VOP, entre eles Heriberto Salazar Bello, um dos líderes do movimento, que no dia 16 de junho do mesmo ano suicidou-se com explosivos dentro do quartel-general de Investigações."

Claudio Téllez, "O golpe de 1970 no Chile"

(via Mídia Sem Máscara)

Uma justa homenagem a algumas das vítimas do "democrático" governo de Salvador Allende (1970 - 1973), no Chile. Para essas vítimas, quase ninguém tem lágrimas...