20.1.06

A quinta. A dos porcos.

Lidos comentários e posts sobre impostos , IKEA, Autoeuropa e quejandos na blogosfera e imprensa, os que são favoráveis à “excepção” fiscal e subsidiação destas empresas centram-se em duas coisas:

1. O contributo das subsidiadas, para as exportações e/ou o PIB;

2. O mito de que a maior parte das outras empresas portuguesas não paga impostos.


Com as excepções, isenções, financiamentos, ofertas e subsídios que os contribuintes dão às primeiras, não falta quem faça o mesmo que elas.
Todas, repito, todas as empresas portuguesas com contabilidade organizada e que não são apenas fraudes pagam IRC. Os que não têm contabilidade organizada estão ainda pior. O Pagamento Especial por Conta é o pagamento de um imposto arbitrário, calculado com base em bruxarias contabilísticas feitas por idiotas descerebrados que não conhecem mais nada que os meandros do poder do estado. As que não pagam o PEC e declaram a facturação, não o fazem porque não podem. Os outros casos são só e apenas, casos de Justiça, só que como esta não existe e o Estado de Direito é absoluta, total e irresponsávelmente inexistente, os invertebrados que legislam, arranjam mecanismos alternativos de colecta que não passam de roubos à mão armada (literalmente).
É certo que há PMEs, que vivem à sombra do estado. São aquelas cujos donos, têm o primo no IAPMEI, ou que têm o cartão do Partido, ou que pagam favores ao amigalhaço que lhes aprova os subsídios e que lhes faz desaparecer o processo, etc, etc. porque ser uma empresa séria, hoje, em Portugal, não aproveita a ninguém.
Há esta fixação nas grandes empresas (com certa razão) sabendo no entanto que são precisamente essas as que têm poder para vergar o estado dos invertebrados e fazem-no. Muito bem dira eu. Mas e as outras? É tudo uma cambada? Se 30% das empresas pagam 70% do IRC, será que não têm 90% dos lucros?