Pigs and dogs
Não se pode sair da pocilga por uns dias, sob o risco de perdermos o hábito à lavagem. Não é que as outras esterqueiras sejam muito melhores, mas nesta há sempre algo do mesmo. Noutra pocilga pouco diferente, Vargas Llosa esteve na sua habitual boa forma no El País, militares (de Capitães a Generais) escrevem cartas aos jornais a contestar o acordo Sapateiro-Catalunha, o Ministério da Defesa da Pocilga Vizinha parece em guerra com os escribas e li artigo de duas páginas em que entre acusações à fuga fiscal de nuestros hermanos e loas aos suecos só um governante recusava um país Orwelliano. Um porco-chefe (sem intenção ofensiva) mostrando a cultura de liberdade que falta aos porcos-chefes da pocilga doméstica.
Na pocilga onde como, parece que descobriram que mais de mil carneiros-alunos saem da Universidade sem fazerem uma cadeira que seja, os porcos-chefes decidiram (mais uma vez) que uma galinha (IKEA) que põe ovos deve ser paga para o fazer pelas outras do mesmo galinheiro, os cães que devem dinheiro aos porcos, vão tê-lo penhorado (esteja ele onde estiver) e esperemos que a uma geração de caniches suceda outra (vã esperança) de rotweillers. Parece ainda que um grupo de cordeiros encarregado dos portos quer continuar sob o jugo dos porcos e que um candidato a porco-corta-fitas terá recebido um SOS de outro porco-chefe (mais importante é certo) a garantir que continuarà a mandar nos cordeiros. Houve ainda um pastor-alemão que irritou o porco-mor por causa do ITM (chamam-lhe em-ai-ti) que lhe respondeu que os ratos não mandam nada.
Noutra ferme du porc, le porc-chef diz que arrebenta com os leitões que se metam com ele. Acho muito bem. Les porcs sons l’Etat.
Perdeu ainda o dragão em casa dos patos, salvando-se a meio da semana de hecatombe maior. Enfim, mais um cocker spaniel morto de fome de volta à quinta sem motivos de regozijo mas com a satisfação de não morrer sem ter vivido a Sagrada Família de Gaudí.
por Helder Ferreira @ 1/20/2006 12:13:00 da manhã
<< Blogue