Democracy must be something more than two wolves and a sheep voting on what to have for dinner. - James Bovard
2.1.06
JCN no DN: Complexo de esquerda...
[WARNING: o resumo que de seguida se apresenta não faz justiça ao texto original publicado no DN de hoje]
"Quando ouço os líderes [da esquerda] falar sobre os seus objectivos, sinto uma identificação sincera e atenta. A sua preocupação declarada são os mais pobres, os que menos têm e menos podem.
...Depois passam aos meios para esse objectivo, e aí começam as divergências. Divergências que são entre esses meios e os interesses que dizem defender.
Existem cinco grandes contradições na esquerda.
...ligam à retórica ideológica e não à eficácia concreta. O que interessa são "direitos adquiridos", "conquistas inalienáveis", mesmo que isso atrase o de-senvolvimento e aumente a pobreza e o desemprego.
...Na análise económica os disparates são esmagadores.
...A imperiosa luta contra o capital e a visão conflituante da empresa são impostas independentemente dos reais interesses dos trabalhadores. Essa fúria espanta o capital nacional e externo e contribui poderosamente para a paralisia e atraso.
A defesa da intervenção do Estado, toda paga com impostos dos trabalhadores, tem criado e mantido enormes desperdícios e abusos.
A ignorância das radicais mudanças recentes, por exemplo na natureza do capital, leva-os a atacar a poupança dos pobres, que compõem os famigerados fundos mobiliários que popularizaram o mercado financeiro.
Estas não são questões de opinião. São simples erros técnicos.
... virou proteccionista numa luta míope e retrógrada contra a globalização...A abertura dos têxteis chineses, por exemplo, beneficiaria muito todos os pobres nacionais, que se vestiriam muito mais barato. Porquê insistir na manutenção de indústrias obsoletas e dispendiosas?
...a recente opção da esquerda na luta contra a família.
...os mais desfavorecidos precisam de uma política clara de apoio à família, a mais antiga e segura forma de segurança social. Mas esta é a única medida omitida no palavroso programa do actual Governo socialista.
Finalmente, surge a velha opção da esquerda contra a religião.
Por todas estas razões mantenho a discordância. Mas sinto que não sou de esquerda por razões de esquerda.
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