Ano novo, desafios novos - II
The most desirable goal would be to extend the postmodern world ever wider, so that eventually it became the norm for relations between countries to be governed by law and negotiation, so that domestic and foreign policies became intertwined and identities fused into a sense of a wider international community. This is, at best, a very long-term vision.
COOPER Robert, The Breaking of Nations, London, Atlantic Books, p. 171.
Caro Paulo Gorjão,
O alargamento do conceito geográfico inclui o Índico e, também o Pacífico. A razão porque não o referi foi que o meu ‘post’ tratava do papel que Portugal pode desempenhar nesse alargamento e no interesse que o nosso país terá em revitalizar o interesse estratégico do Atlântico. Também entendo existir uma convergência de interesses entre países tão díspares como a Dinamarca e Angola, na medida em que as ameaças do século XXI (terrorismo internacional e proliferação de armas de destruição maciça, etc) a todos dizerem respeito. A título de exemplo peguemos em Cabo Verde. A maior ameaça que recai sobre este Estado, e que poderá afectar qualquer outro (inclusive a Dinamarca), é o controlo de uma das ilhas, e/ou mar, por parte de um grupo terrorista forte. É neste ponto que a NATO pode ter um papel importante. Na prevenção. Estarei a ser voluntarista? Talvez. Mas não somos todos? Não ouvimos há cerca de um ano Mário Soares e Adriano Moreira defenderem a adesão de Cabo Verde à União Europeia? A segurança é de facto o pilar de toda a estrutura. Sem ela não existe nada e sobre ela um novo concerto de nações deve, e pode, ser construído. As Nações Unidas, por terem sido criadas em 1945, num contexto de uniformidade ocidental, tem dificuldades em se acertar à nova realidade. Ora, o que é preciso é uma adaptação constante que nos permita um acompanhamento o mais próximo possível das alterações que estão a acontecer. Comecei por citar Robert Cooper no seu ‘The Breaking of Nations’ porque, se ele chama a atenção para a utopia subjacente ao desejo expresso na citação que encabeça este ‘post’, também lembra que nada é pior que ficar quieto à espera dos acontecimentos. Na verdade, não existe outra solução que não seja caminhar em frente, procurar novas respostas e avançar com a dúvida que sempre deve pautar a vida dos homens.
por André Abrantes Amaral @ 1/12/2006 11:48:00 da manhã
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