Ano novo, desafios novos
Após os atentados de 11 de Setembro 2001, em Nova Iorque e Washington, a percepção que tínhamos do mundo mudou. EUA e Europa afastaram-se e o Oceano Atlântico que antes os unia poderá vir a separá-los. O mundo encontra-se cada vez mais globalizado e o que sucede na Europa e nos EUA é da máxima importância para Portugal. Situando-se o nosso país à beira do Atlântico, é imprescindível que este se mantenha como o ponto central das trocas comerciais. A sua substituição pelo Pacífico é demasiado séria para o um país como o nosso que poucas possibilidades tem de concorrer no outro lado do mundo.
Para tal é indispensável que os EUA continuem a ser uma potência forte, que as suas relações com os países europeus sejam preferenciais e que Portugal esteja em condições de ser um concorrente saudável.
Porque pode despoletar todas as outras, esta é a maior ameaça com que Portugal lida no início do século XXI. Enfrentá-la, o maior desafio que nos depara.
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Portugal tem um papel chave ao lidar com este problema. Um país com uma história riquíssima, uma presença cultural e humana em vários pontos do mundo, essencialmente no Brasil e em África, pode ser uma ponte indispensável para revitalizar o interesse estratégico do Atlântico. É fundamental revitalizar o Atlântico. Portugal tem uma palavra a dizer neste desafio porque pode ser a ponte entre os EUA/Europa e os países atlânticos que falam português. Acresce que o sucesso deste empreendimento dar-nos-á uma posição reforçada nesta nova concepção atlântica. Para se atingir tal objectivo é de crucial importância a integração de Estados como Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau e Moçambique no Pacto do Atlântico Norte, na NATO.
Um novo euro-atlantismo passa pelo alargamento do seu conceito geográfico. Deverá ser uma união de nações de raiz liberal e ocidental. Dever-se-á alargar ao Atlântico Sul, cooperando com os Estados mencionados.
Os EUA estão atentos à necessidade de novas alianças, o que se comprova pelos inúmeros textos académicos nesse sentido e na intensa actividade diplomática desenvolvida sob a égide da Sra. Condoleezza Rice. É imprescindível que Portugal não fique para trás e trate, quanto antes, da sua ‘adesão’ a este novo concerto de nações.
por André Abrantes Amaral @ 1/10/2006 11:48:00 da manhã
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